quinta-feira, 27 de março de 2014

Até logo... até já


          

                                                     Hand of a corpse mummified by mesmerism by Gaston Durville - Roger Pillard, 1913


   Já dizia o outro (ele) «neste estabelecimento não há livro de reclamações»... Referia-se à vida (se calhar a que nos calha a nós, ou então a que nos calha a todos) e era, geralmente, mal compreendido. Pensavam ser bravata individual, a roçar o auto-elogio (como se dele ninguém tivesse razões de queixa ou, mais prosaicamente, nunca tivesse desiludido ninguém).

   Compreendíamo-nos nesta frase, molecularmente densa. E, no entanto, sabíamos ser um entendimento "agora e ali", porque o futuro da sentença, a sua justeza e a nossa coerente vivência dela, tudo determinaria. Para um a hora chegou, hoje manhã cedo ou ainda nem manhã. Não perguntei (medrosamente ?) se ele tinha pedido o livro de reclamações.

   Espero que não... sinceramente. Já não cheguei a tempo, portanto a imagem serve na perfeição.