como, sem saberes,
sabes o que faço?
Que a verdadeira sabedoria
vem dum transe cego
aprendo-o, humilde,
agora
aqui
de ti.
Porque, imagina,
em grandes aflições
estava mesmo a (tentar) escrever
o poema com que me engravidaste.
... Que no que me falte
de talento e engenho,
de acerto e serena
aceitação do mundo,
me ampare a tua mão,
me guie o teu sexo e o sabor
do mel salgado.
Que esse cego saber
no meu peito se crave
e com fogo lá se grave.