O Mais Perto que Estaremos da Morte
Rosnas, ratas e róis
Ou resistes?
Sustentas, suspiras, sucumbes
Ou só sorris só?
Vá lá...
Despes com os dedos, com os dentes
Ou és só pressa de estar dentro?
Agora (sim, agora) diz-nos alto ou calada:
Rendes-te, preferindo a lei à liberdade
Ou entregas-te à luz, como esta ao olhar?
Viras a cara, e escondes-te no discurso
Temendo a verdade pura do silêncio?
Molhas-te duro,
Entesas-te húmida,
Ou submetes o faminto desejo
Numa súplica afogada azul e cinza?
Suicidas-te com lentidão
E basto langor, em cada orgasmo?
Não proprietária de ti, sexuas,
Ou insistes em recordar?
De afiadíssima faca, cortas cordas,
Ou de assassina delicadeza, desatas nós?
Amargas ofegante,
Ou calas, olhando a parede,
Com uma teimosia tua
E um medo que querias universal?
Suas e sorves, lingúas
Mastigas, engoles sem cuspir?
Pedes quase a quase morte
Ou enganas-la com o desmaio?
Das respostas, ou melhor, do
Teu fazer, ficaremos ou não
Na casa, nossa apropriada prisão,
Permitindo-nos acreditar num mundo
Que acabe por nos esquecer, numa amnésia
Onde não seremos nunca reclamados!