segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Da impossibilidade do retorno (n) o século dos 150 anos, ou o inicio da "aceleração fatal do tempo"





Situações há (mais tarde serão chamadas de acontecimentos) em que um certo número de seres humanos se vêm testemunhas, actores (quase sempre involuntárias) de momentos que interrompem o que julgamos ser, numa doce e inocente percepção, normalidade. Como se entre passado, presente e futuro houvesse uma indestrutível continuidade. Subitamente, uma fenda, uma daquelas situações que após terem ocorrido, nos hão-de dizer serem não apenas "perfeitamente" entendíveis mas, até, mais que previsíveis, i-n-e-v-i-t-á-v-e-i-s. Sábios encartados, almas encantadas (sem intermediários) haviam de compor o mundo, e entregarem-se às modas, aos prazeres solitários. Os intelectuais e, provavelmente, os sexuais.

Ficaríamos nós, a aprender a viver aqui, a descobrirmos que o «aqui», vulgo mundo, quando sem governos e guerras (oh utopia antinacional, as mãos do homem são), não individual... chamemos-lhe comunal, somos «nós». Megalómanos (e como não o ser), sentimos que um corpo, um copo, um campo, uma nudez nua, apenas atenta a temperaturas e a desejos, não nos pode chegar, nem aconchegar, nem, muito menos, arrumar a tralha que vamos acumulando e nos vai cobrindo.

De que é feita esta carne? Ferrugem.