Volto à cidade, pátria de nada, porto onde não apetece pôr o pé em terra. Maçado, com uma ferida aberta que ainda há-de parir dores e purulências. Que algo massacra o corpo, atestam-no as cicatrizes a disputarem espaço na pele, tentando chegar à alma, transformando-me num campo de batalha cujas contendas (se razões para elas houvesse), invariavelmente se me escapam.
Não havendo dó, nem sequer ou sobretudo, em causa própria, resta esta perplexidade que me apalerma. Suspeito de razão ou mania nesta senha com que o mundo me acompanha como sombra onde me não reconheço. Talvez fado, talvez destino. Amanhã acordarei com esta crueza. Sensatamente tentarei praticar a sabedoria (que tenho mais do que obrigação de saber sabida) de apartar a terapêutica das interrogações.
Em surdina peço que pessoa, memórias, sentidos e sentimentos se evaporem ou dissipem, que não me atormentem com assombrações metálicas ou satinados perdões.