segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Se não há destinos, o que há?

 Perguntam-me em final de mail e jeito corriqueiro: «Se não há destinos, o que há?»
                            John Gutmann  "The Artist Lives Dangerously" (1938)
O que há? Por oposição ou complemento a destinos? Não sei. Talvez acasos, momentos, verdades que o não s(er)ão sempre. Se até nós (em carne e no resto) somos organismos em mutação constante, perpétua, teimosa e continuada, porque é que a vida, essa verdade grande, haveria de posar, estática, só para tornar possível o nosso entendimento dela?
Podemos sequer esperar que se imobilize o mundo, e que o universo (esses sim, à nossa escala, infinitamente grandes) deixem de respirar, apenas para que nós (infinitamente pequenos) tentemos, por presunção e vaidade intelectual, encontrar respostas?
Por amor ao amor, ou para tentarmos vencer o medo e fazermos as pazes connosco e com a guerra com que incendiámos a noite? Para nos entregarmos imaculados de culpa, capazes de renascermos e, sorrindo, nos reinventarmos? Ou só para, exultantes deuses mínimos, discursarmos a morte ?
Não te sei responder. Quando morimbundar talvez sussurre uma improvável resposta . Se ainda te interessar, tenta olhar-me o olhar. Provavelmente, serás tu a responderes-me