segunda-feira, 18 de novembro de 2013



Isso, morte ao que parece



Trazida pelo mar, de cor cinza
como um espelho de céu sem nuvens.
A pedra, deitada na areia
Naquele momento e estava bem assim.

Se o esquecimento poder ser perfeição
Uma pedra na areia é uma pedra sobre pedras,
Esquecimento, não amnésia nem ausência
Mas realidade dentro da realidade

Eco infinito
Suspensão breve, intensa, eterna
como a procura do poema.

Se a pedra é dura e fria,
E os corpos quentes e penetráveis:

Amam e sexuam-se as pedras
Em beijos e lutas, em espasmos e entregas
Devoram-se como nem os homens sonham
Nas suas camas de palavras.

São de papel só, os livros
E os amores de quem está de passagem.