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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

1973 - 2013, 40 Anos aos Papéis (Pintados com Tinta)

 



"Na sua alegre e feliz existência de 40 anos a somar contribuições voluntárias (leia-se: não-remuneradas) de centenas (leram bem: centenas) de escritores, tradutores, pintores, designers gráficos, paginadores, revisores & etc – caso único entre nós, se não planetário –, a micro-editora regista pelo menos dois records mundiais: 

primeiro, na revista que lhe deu o nome e mais recentemente nalguns livros, 2 distribuidoras (2) puderam apresentar-lhe mais exemplares devolvidos do que os das respectivas tiragens. Independentemente do que isto revela do banditismo vigente num certo mercado, que tende a generalizar-se (outrossim é o daquelas livrarias, sobretudo «de província», que, muito alternativas a não se sabe o quê, capricham em não pagarem o que vendem e, por cima, remeterem-se ao silêncio dos inocentes), eis-nos perante um traço identificador da editora: não havendo mal que lhe não chegue (até um livro que publicou – O Bispo de Beja – foi sacado pelas polícias já depois do 25 de Abril de 74 e devidamente incinerado no pátio do Tribunal da Boa-Hora…), pois cara alegre e butes para palmilhar. Quarenta anos já cá cantam: trá-lá-lá, trá-lá-lá, persistir é preciso

& etc."






FAÇAM O FAVOR (A VÓS PRÓPRIOS) DE LER E CORAR !!




















    Nosso Património Nacional e Imaterial (mesmo com e apesar do citado no início dest post).

terça-feira, 25 de novembro de 2014

... e se destitulasse ?



Louise Richardson "Linen and Wool"

segunda-feira, 30 de abril de 2012

1º de Maio




Armando Silva Carvalho "Política e Poesia", ("Sentimento dum Acidental", 1981)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Dum velho calhamaço

POESIA—É como cada um a sente e entende. Para uns resume-se n'um bom pichel de vinho novo, diante de um lombo assado; para outros é a lua reflectindo-se nas aguas serenas dos lagos; para a mãe, o riso do filhinho no berço; para o pae, o não ouvir chorar a creança quando quer trabalhar; para o soldado, não ter de ir á guerra; para o empregado, um feriado; para a donzella, um noivo; para o agiota, noventa e nove por cento; para o ministro, a pasta indisputada e os applausos da maioria; para o marinheiro, o bom vento; para o medico, um caso de doença bem horrivel e bem desconhecida; para o fumador, optimos charutos; para o viajante, mundos desconhecidos; para a mulher, um vestido como não tenha nenhuma das suas amigas; para o marido, uma familia que não lhe peça dinheiro; para o janota, objectos que pôr no prego e botequim que fie cognac; para as actrizes, palmas e admiradores ricos; para os escrevinhadores, quem lisonjeie as suas inepcias e semsaborias; para os maus auctores, quem lhes louve a estupidez e a ignorancia; para os emprezarios, auctores famintos; para os inuteis, um fato bem feito... para mim a poesia é o silencio, a solidão e o somno.