terça-feira, 17 de abril de 2012

Morrinha


Na estação à espera do comboio
No comboio à espera de lugar
Na paragem à espera do autocarro
No autocarro à espera de um olhar
Na rua à espera da hora
Na sala de espera à espera da consulta
No consultório à espera de nada

No escritório à espera que cheguem as seis
Em casa à espera do jantar
Na sala à espera que ela se vá deitar
A fumar à espera que o sono venha
À 4ª à espera que a semana acabe
Na magreza do dinheiro à espera do fim do mês
Com os amigos à espera que o Benfica ganhe

Às vezes, de espuma no queixo e olhar parado
À espera que a espera acabe

Da cozinha vêm sons longínquos
E o cheiro bom do café acabado de fazer...

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