Porque o picaresco não tem geografias de latitudes nem longitudes começo a publicar um texto (que dividi em 4 partes) de um amigo recém-ido para Moçambique
Carta para a minha namorada
I
"17 de Dezembro de 2010, 6ª feira, 13:00h, sol a pino, calor tropical em Maputo e eu, Tuga Anginho, recém saído do banco Corporate com o suor a escorrer-me pelas costas.
Vestido de camisa branca cintada, jeans, óculos Ray-Ban e pasta a condizer, espreito com confiança as oportunidades...I am Business Man...a real one...e faço uso dos inglesismos que me acompanharam na adolescência...estou em casa...sim estou em casa...aqui fala-se Anglo-Português...quando aprender Xangana estarei perfeito.
Meia hora, antes uma mulher policia, com uma camisa não sei bem de que cor, tinha alegado uma paragem ilegal do meu carro à margem da intransitável Zedequias Manganhela.
Foi mesmo aí que África se revelou em todo o seu esplendor...subornei-a com 80 paus (40 para ela e 40 para um ele que a acompanhava)...e no fim deixou-me o numero de telefone para um drink..."manda um bip...vai...manda um bip"..."põe aí Carrmo Policinha para não se esqueceerr"...fantástico...senti-me um ás e mandei um sms para a Tugolandia a reportar...subornar uma Policia e agendar um encontro em simultâneo...é fabuloso...pura e simplesmente fabuloso.
(continua amanhã)
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