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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Bichos somos todos, higienes à parte


   Aqui fica este gato tatuado (literalmente) como promessa e lembrança de um texto a explicar a inexactidão e o facilitismo em que incorro ao dizer que «gosto de gatos» quando, na verdade o que sinto é que gostava que as pessoas fossem (mais) como eles. O que no trato humano e no seu convencionalismo aceite são características antagónicas que apenas serviriam para descrever um paradoxo vivente e como boutade de um afirmante a forçar uma estafada originalidade, ou seja, o bravio da selvagem memória, o quase dictatorial egoísmo, combinado com um irresistível anarquismo com que o bicho subverte a relação de posse e, a terminar(?), um espanto de charme, elegância e afecto dengoso, não é para todos.

   Eu, que cresci numa autêntica Arca de Noé onde, curiosamente, não havia gatos embora até um improvável e simpático casal de ouriço cacheiros marcasse presença e me desse presentes de Natal, o cão, pelo número, variedade de espécie e da ilimitada liberdade de que gozava, era rei incontestado. Por tudo isso (e pelo que veio depois) costumo pensar que «evoluí do cão para o gato». Um Darwin imaginado, imaginante e monteiroso, entender-me-ia perfeitamente.

   Na brincadeira e na dança digital ficou dito o que pensei dizer num outro dia... numa outra cama.


Horitomo "Tattooed Cat"

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Merecidos esquecimentos (pergunta se o pecado compensa...)





To a cat
Mirrors are not more wrapt in silences
nor the arriving dawn more secretive;
you, in the moonlight, are that panther figure
which we can only spy at from a distance.
By the mysterious functioning of some
divine decree, we seek you out in vain;
remoter than the Ganges or the sunset,
yours is the solitude, yours is the secret.
Your back allows the tentative caress
my hand extends. And you have condescended
since that forever, now oblivion,
to take love from a flattering human hand.
You live in other time, lord of your realm —
a world as closed and separate as dream.
Jorge Luis Borges (translated by Alastair Reid, 1977)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Gatos


«Si je préfère les chats aux chiens, c’est parce qu’il n’y a pas de chat policier.» 
Jean Cocteau, 
©Hervè Gloaguen/RAPHO