quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Crónica Cavernícola. Hiroxima, meu amor


   Apesar de um horror instintivo pelo desabafo (essa espécie de transparência muito fosca), sei já os tempos que se aproximam. Calo-me. Como calarei a carne, protegerei feridas e continuarei incógnico por ruas que, no fundo, são apenas a evidência de uma geografia de quem pressente perigos. Os naufrágios são coisas feias mesmo nos relatos póstumos qwue, convém não esquecer são ficções de sobreviventes.
   Na altura de oferecer o pulso ao prego é que se entende que a esperança é um belo nome que o homem herdou para o mais radical pessimismo. "Homens e Ratos" é o nome de um livro que para o caso poderia ser "Homens e Seres Humanos".
   Voltando ao desabafo, apenas confio no meu tão pouco ser, no ainda menos querer e, no fundo, ser a pessoa mais desprovida de esperança com quem alguma vez me deitei. O que nunca me evitou embaraços ou apertos, mas me poupou queixumes e o mais que sinto ter o direito a calar. A pequeníssima originalidade que visto é mover-me num palco líquido, fracamente iluminado e péssimamente frequentado.
   Apesar de tudo, nunca consegui abafar o que em mim lateja, a réstia de humanidade que, paradoxalmente, alimenta a fraternidade e, desesperadamente, me faz cavalgar suicidariamente aquilo a que chamo amor.

   P.S. - «Para quem se cala, falas muito»

Censuras e pernas bonitas



Vuelve la Inquisición: juzgan al cantautor Javier Krahe por ofensas religiosas


 El Juzgado de Instrucción que lleva el caso, el nº 3 de Colmenar Viejo (Madrid), ha decretado la apertura del juicio oral por “hechos que pueden ser constitutivos de un delito contra los sentimientos religiosos, previsto y penado en el artículo 525 del Código Penal” al artista Javier Khrae. El proceso versa de cuando el 15 de diciembre de 2004 el programa ‘Lo + Plus’, de Canal Plus, entrevistó al cantautor Javier Krahe y emitió un cortometraje suyo artístico en el que se explicaba “cómo cocinar a un Cristo para dos personas”.
En él, una persona ponía en una fuente el cuerpo de Cristo, tras desprenderlo de una cruz, lo untaba con mantequilla y lo metía al horno, comentando luego: “se deja tres días dentro del horno y sale solo”, con la imagen del Cristo saliendo del horno arrastrado por un hilo.
El programa desató una gran polémica, llamadas al boicot del canal y hasta bajas de abonados de Canal Plus. Molesto el presidente de PRISA, don Jesús Polanco, ordenó que se presentara una disculpa.

El corto de Javier Krahe era de los años setenta. Se puede entender que el corto moleste como tantas otras obras artísticas a los devotos a lo largo de la historia, incluso las del muy católico Dalí, pero de ahí a juzgar a un artista por un cortometraje de su juventud…

Curiosamente el padre de Javier era óptico y además también cineasta y documentalista del Nodo. Ahora HazteOir.org y demás grupos fundamentalistas católicos (lean los comentarios) o de ultra derecha le piden 192.000 euros a Krahe y 144.000 euros para la productora del programa de Canal+, Montserrat Fernández Villa. Son los mismos de las carroza anti aborto el dia de Reyes, los videos en un colegio católico con fetos sangrientos mezclados con políticos socialistas y la clausura de una exposición de fotografía hace poco que mostraba a Cristo gay. 


Podemos decir que sin exageración
era algo extraordinario,
la enfermera que cuidaba al bueno de Don
Andrés Octogenario.
El abuelo que enfrentaba con resquemor,
perspectivas eternas
en lugar de rezar miraba con fervor
sus magníficas piernas.

"Para siempre esta vez,"-dijo- "me
voy a echar en brazos de Morfeo,
ya no te veré más, no me
puedes negar mi último deseo:"
Con un hilo de voz, el enfermo expresó,
su voluntad postrera
no diremos cuál fue, sólo que ella accedió,
¡bravo por la enfermera...!

Y fue al desabrocharse ella el quinto botón
de los seis de la bata,
que por la enfermedad, o bien por la emoción,
él estiró la pata...
Pero lo grave estuvo, en que estiró algo más.
Y un algo tan notorio
que los deudos al verlo exclamaron: ¡jamás!,
¡jamás iremos al velorio!.

Y al entierro tampoco porque al ataúd
no habrá quien le eche el cierre,
irse a morir así, en plena senectud
y Andrés erre que erre.

Nadie fue al funeral,
nadie llevo una flor, nadie fue al cementerio
y hasta escandalizó al mismo enterrador,
que dijo: "Esto no es serio..."

Y al pobre Don Andrés lo enterraron muy mal,
entreabierta la caja
la muerte lo abrazaba de un modo especial,
lo que tampoco es paja...

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

À beira da falésia



   Só o verdadeiro filho da puta, reformado ou no activo, poderá entender (não com o logos, à distância, mas com as tripas *, todas, onde circulam merda e sangue) como a morte são as noites repentinas (quando nos cremos cegos) e as lâminas frias e silenciosas (que só nos dão o tempo do espanto). Talvez pudesse continuar até ao momento da imobilidade total, do silêncio absoluto a que os filhos dos outros profissionais chamam morte. Quando o bafo já não embaciar espelho algum, quando aos corpos fecharmos os olhos (para impedir quem de ver ?) já "foi".
   A única cobardia que entendo e aceito é a física. Acabei (sem mérito, esclareça-se) visceralmente alérgico, inibido de convivências quanto mais de traficâncias com essa forma de respirar o mundo, não dialéctica, mas de uma mediocridade existencial bem pensante (não interrogante), vazia (porque sem riscos), arrogante, totalitária. Moralista o discurso ? Stricto senso: não !
   A memória humana é curta... nos primeiros trinta anos do séc. XX esteve muito em voga uma corrente de pensamento chamado "Darwinismo social", advogada e defendida por muitos e muito ilustres personalidades dos mais diferentes quadrantes políticos. Ao vómito intelectual sucedeu-se (e, isso, sim com consequências devastadoras) o horror. Ora, ao ver-me cercado (na realidade inundado) por esta invasão de tartufos, respirando satisfação e transpirando contentamento de quem ocupa o mundo à cotovelada, não posso deixar de estabelecer paralelos.
   Traquinas e marialvas, sem os tomates da amoralidade e da libertinagem: fodam-se ! Consolados porque o mundo é vosso. Eu, filho da puta, para ter direito a pregações indignadas, necessitaria de desafiar os deuses. Se tenho tido coragem para isso, são múrmurios à beira da falésia, não destinados a ouvidos humanos.

* e o que é uma veia senão uma tripa?

Uma pérola para uma pérola


Caríssima,
Esperemos, então, pelo himeneu.
sempre seu
(ilegível)




 
(ainda) não tenho idade (bis)
para amar-te
(ainda) não tenho idade
para sair sozinha contigo

e não teria, não teria nada
para dizer-te
porque tu sabes muito mais (coisas)
do que eu

deixa que eu viva
um amor romântico
esperando que chegue
“aquele dia”
mas agora não

(ainda) não tenho idade (bis)
para amar-te
(ainda) não tenho idade
para sair sozinha contigo

se tu quiseres (bis)
esperar por mim
“naquele dia” terás
todo o meu amor, para ti

deixa que eu viva
um amor romântico
esperando que chegue
“aquele dia”
mas agora não

(ainda) não tenho idade (bis)
para amar-te
(ainda) não tenho idade
para sair sozinha contigo

se tu quiseres (bis)
esperar por mim
“naquele dia” terás
todo o meu amor, para ti

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

arte cinética

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

if you don't mind, it's just my kissing mind







Cunnilingus Mon Amour:


Mon hamster se prénomme cunnilingus
Et croyez le ou non
Mais ce gus à tendance à se prendre pour un homme
Je me demande comment il s'y prend
Qui viennent lui chuchoter
Cunnilingus mon amour

Elles s'éprennent de lui
Ca ne le surprend pas
Et elles se levet la nuit
Pour se faire parfumer
Entre leurs jolis doigts

Ah ce qu'il adore se pendre à ses barreaux
Pour faire croire qu'il est vraiment
Le grand roi des pectoraux

Le problème c'est qu'il voudrait qu'on l'aime
Comme s'il était vraiment un homme
A qui on chuchoterais
Cunnilingus mon amour

Elles se foutent de lui
Ca ne le surprend pas
Quand il danse la nuit
Comme s'il jouait sa vie
Entre leurs jolis doigts

Une nuit moi j'ai trop forcé la dose de parfum pour cunnilingus
Qui se prend de plus en plus pour un homme

Il se mit à lécher tout son corps
Pour se laver car vous savez
On est jamais trop coquet

Il se mit à danser
Ca ne nous surprend pas
Comme un grand possédé
Mais hélas ?
Son corps alcoolisé
S'est fracassé contre les barreaux de sa cage

Beaucoup de sang coulait de ses yeux
Et de son doux pelage encore tout bien parfumé
Une performance jamais égalée
Pas meme par Elvis presley
Michael Jackson peut aller se rhabiller
Va te rhabiller Micheal!

Oh aie aie aie aie aie

Mon hamster se prénommait Cunnilingus
Et croyez le ou non
Mais ce gus se prennait vraiment pour un homme