quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

No tempo em que os animais falavam...


   Em errância de canais, Torre de Babel televisiva, isto (tal e qual):
   « - Não confio no sangue. Confio nos afectos. O natal é a festa do clã» (Júlio Machado Vaz dixit). Poderia eu acrescentar: da alcateia (humana). Não confio no sangue humano, que culturalmente se tornou chá camomiloso, ou o que o valha. Amarelo triste, castanho alheio.
   Olho em Assis ou aqui, os fratelli bichos: desde que parideira, feroz a fêmea na defesa da cria, alheia a tamanhos ou forças, capaz de auto-sacrifício e refém do afecto (ou amor... escolham), prisioneira do sangue e do que "tem que ser". E depois...
   Depois, chegado o momento da emancipação forçada (?), a patada fria e seca, definitiva. A separação e a dor da liberdade. Um segundo parto, o alheamento (saudável ou inevitável... escolham).
   Assim se é na terra, sob o céu. Sem dactilogafias nem gramáticas, sem lirismos. Sem natais nem baptismos.
   Oxalá conseguissemos ser: livres; sós; fraternos!