sábado, 17 de novembro de 2012

Vestígios remotos



Arvo Part "Spiegel im Spiegel" (Espelho(s) em espelho)

   Do manuscrito ficou o título ("Morrer não vale a pena", e era um prenúncio ou pressentimento ?), blocos e blocos de gatafunhos a remeterem conteúdos, para não deixarem morrer ideias, quando, no fundo, o autor agonizava. Nasceu outro (contabilidade felina)...
   Literatura dispensável, arrependimento nenhum. Uma (pro)funda gratidão à vida e ao trolha-pássaro que comigo me construiu.
   Acrescente-se a infinita valia de "estar certo" (que nada tem que ver com o "ter razão"), i.e. de, animal, ter a presciência de tempestades e terramotos. O vazio de nem saber nem ter razão (nem a querer ter) é, agora, a geografia de um caminho e de uma intimidade paradoxais, porque, sendo novos são os de sempre (conquistados, renegados, resgatados mas, sobretudo, postos à prova). Parir-nos custa que se farta...
   Já aqui tinha falado em despedidas. Repito-as e a elas voltarei (como a muito do que aqui, neste texto seminal, é evocado).