Sereia disse o homem no barco. E o mar
foi só silêncio
Sereia pensou e foi nada ou mansa demência.
O que são ondas, o que são fonduras,
onde vive o fim se casa tem
Porque se enche assim o meu peito de
praias que não vejo?
Sob o sol, e sobre as ondas apenas
navegam miragens
Fomes, sedes, securas líquidas
Sereia do silêncio deixa-me ser e
serei...
Apenas ser não pensante ou náufrago
embarcado
Sereia, por nós rasgo mapas, abandono rumos,
arreio velas
Desinteresso-me de ventos e evito
portos
Quase morto, recém nascido olho os
azuis olhos do mar
Sereia, anémona, raia, pelágico ou
mãe nas funduras...
Não me leves já, não me abraces ainda, nem
embales
Frio já tenho, frio já estou sereia
Sereno como um recém parido ainda por inventar.
Branco como a neve e como a espuma, perdidamente branco como esta
folha.
Sem comentários:
Enviar um comentário