sábado, 26 de maio de 2012

Sereia disse o homem no barco. E o mar foi só silêncio
Sereia pensou e foi nada ou mansa demência.
O que são ondas, o que são fonduras, onde vive o fim se casa tem
Porque se enche assim o meu peito de praias que não vejo?

Sob o sol, e sobre as ondas apenas navegam miragens
Fomes, sedes, securas líquidas
Sereia do silêncio deixa-me ser e serei...
Apenas ser não pensante ou náufrago embarcado

Sereia, por nós rasgo mapas, abandono rumos, arreio velas
Desinteresso-me de ventos e evito portos
Quase morto, recém nascido olho os azuis olhos do mar
Sereia, anémona, raia, pelágico ou mãe nas funduras...

Não me leves já, não me abraces ainda, nem embales
Frio já tenho, frio já estou sereia
Sereno como um recém parido ainda por inventar.
Branco como a neve e como a espuma, perdidamente branco como esta folha.

Sem comentários:

Enviar um comentário