A Explicação do Mundo
segundo um Guarda Nocturno
A Maia cheira mal (esta noite?)
A minha vida também não cheira por aí
além.
Entre a merda industrial e a
existencial
Existirá, talvez, a diferença invisível dos
Corpos que se não querem já.
Esta noite, esta noite
Magoar o papel com verdades universais
(“Ah, ele escrevia com uma navalha!”)
Que de tão sabidas se tornaram
esquecidas
Parece agora exercício canalha.
Esta noite é a evidência dos meus
dias
Mais do que não querer é,
visceralmente depender
Dessa negação, de invisibilizar a
carne
Que se não quer já, como num desmaio.
A agonia do desejo é o anúncio da
morte
A noite dos lugares comuns, do duvidoso
gosto.
O frio que sentes assusta-te... de
caralho.
Não há casaco que te valha, nem
mortalha
Nú na terra, vejo-te o olhar espantado
pelo desamparo e, juro, abraçava-te
Este cheiro anoitece-me de verdade
Este cheiro anoitece-me de verdade
Esta noite, esta noite
Esta noite é a evidência dos meus dias
A noite dos lugares comuns, do duvidoso gosto
Este cheiro anoitece-me de verdade
Esta noite é a evidência dos meus dias
A noite dos lugares comuns, do duvidoso gosto
Este cheiro anoitece-me de verdade
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