terça-feira, 12 de maio de 2015
Tanta, quase toda a verdade nesta «Liberdade»
Levezas. Certezas. Sem razões nem tristezas; sem olhares para trás. Saia duque, terno ou ás, a cada um aquilo que for capaz. Esta prtisão já nem grades tem, só temos que nos portar bem.
Por isso um post a fazer lembrar um (este) dia camanento. Não (o)usei etiqueta: porque sim; porque nesta espécie de praia mereço o sossego que me dou.
Letra: Miguel Novo
Música: Joaquim Campos Silva (Fado Rosita)
Não ser livre, não consigo
Por isso já decidi
Se não for livre contigo
Vejo-me livre de ti
Amo-te à minha maneira
Não sei se é crime ou castigo
Mas por muito que eu te queira
Não ser livre, não consigo
Deus me livre de trocar
A liberdade por ti
És livre de não gostar
Por isso já decidi
O risco de te perder
É preço de maior perigo
Deus te livre de eu te querer
Se não for livre contigo
Ao escolher a liberdade
Sabendo que te perdi
Sem me livrar da saudade
Vejo-me livre de ti
Não me livro da saudade
Mas fico livre de ti
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Fantasmas empoeirados
Pó, poeira, matéria em suspensão, apesar do seu considerável peso. Como em qualquer história tantas vezes contada, nomeia-se o todo, porque, não sendo tolo, deixa de haver espaço para individualismos, para personalidades, para identidades. Cada um no seu lugar, cada qual no seu papel, todos com as suas razões. Com estatutos diferentes, com credibilidades, e até, se calhar, com interesses próprios.
Que fique só registado ser a poeira um conjunto indistinto de grãos. Desses, e só desses poderia, se para tal tivesse voz e audiência, falar. De pequenos, minúsculos, grãos feitos de medos e privações, de sacrifícios e solidões. Evocá-los agora é apostar num efeito nulo, insistir num infeliz acerto de razões.
Como qualquer escrita (discursiva) tem, por trás, uma infinidade de véus, nenhum deles completamente transparente e todos eles implicando, mesmo contra a sua vontade, uma tentativa de justificação. Por não habitar em mim algo, ainda que remotamente aparentado à esperança, alinho caractéres musicais: nem tão vítima, nem só carrasco.
terça-feira, 5 de maio de 2015
domingo, 3 de maio de 2015
sábado, 2 de maio de 2015
Dois de Maio do tal dois mil e quinze
Um propósito uma intenção seca - algo que talvez não devesse aqui estar
E ainda ou mesmo assim. Urgência, imposição, algo em que não quero gastar palavras nem respirações. Ah, e sobretudo explicações que a ninguém devo!
Sem mistérios nem empenhos. Talvez
uma espécie de vingança futura. No perdão nem tudo cabe
para mais quando lhe retiramos o esquecimento.
Há-de ser comestível, selvagem, sacana e cego.
Seu combustível (pelo que passou já) indizível
em palavras de gente, o que ainda se descobre
nessa pilha de silêncios urdidos, de roubos leves
de fatalidades. Enfim, de tudo aquilo que nos faz passar por família
a caber numa sala, num pedaço de terra e só não numa língua
porque, de infâmia em infâmia, perdemos o direito
aos seus consolos e ao possível perdão que só ela nos poderia dar.
Somos fracos demais para suportar a dor, para carregar a culpa.
Tanto, que por mim, morreu já a esperança ou crença de ainda podermos ser
fruto ou pedra, com um pouco de calor um animal até.
Certezas assim, que como uma onda bruta e fria, não esgota
a força do embate nesse choque e sobra-se em gotas invisíveis
e em espumas flutuantes. Sem protestos ergue-se nos ares e aproveita
ventos, sopros e arrepios para anunciar a sua milenar memória.
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