domingo, 2 de setembro de 2012

Lembrete

01 - lonesome piéton
 (abrir em novo separador e ouvir durante a leitura)

   Diz-me alma amiga, amável e sábia que da morte, da tristeza e afins se deve a todo custo evitar culto, praticar devoção... enfim, fugir (senão mesmo negar) qualquer aproximação fascinada ao que comunmente se chama de "mórbido". Não tenho como, nem sequer porque, negar o que o bom-senso obvia e o conforto espiritual recomenda. Perfilho a afirmação assim como fraternizo quem a profere.
   Porque então este amargo de boca, esta insidiosa sensação de vazio, esta azia, na boca cheia das certezas e das digestões previsíveis?
   Por ser tarde, ou por estar cansado ou vazio, adio a resposta que sei (e teimo em registar, como verdade tatuada em papel... tudo virtualidades); ponho o Leotard a cantar por mim, como convém a esta espécie de gigolo existencial, que só percebe o que perdeu, quando se vê na situação de nada (ou pouquíssimo, pouqérrimo) ter a perder. «Nem sequer a vergonha» grita a voz esganiçada ao fundo da sala. Sorrio («vergolho») resignado. Vergonha, senhores, é ter fronha resignada, é caber no vocábulo r-e-s-i-g-n-a-ç-ã-o




Je suis seul dans la rue et je chante pour moi
Je suis seul dans ma peau et je pleure pour rien

I´m a poor lonesome piéton
A long way from my maison

Je me plie au poids des paresses
Je me fie à mes pas perdus
Qui vont toujours toujours ailleurs

I´m a poor lonesome piéton
A long way from my maison

Je suis seul dans la ville
Et c´est encore de moi
Qu´il faut que je m´ne aille
Je sauterai de ma vie
Comme d´un train en marche

I´m a poor lonesome piéton
A long way from my maison

"There was never a man like my Johnny
Like the one they call : Johnny Guitar..."

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