sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

hommage

talvez a maior (e já agora inesperada) declaração de amor que recebi ou ouvi foi só assim:
«aconteça o que o acontecer, nunca desapareças»
declaração carnal, feita de peito,coxa e  colo, e (porque não ?) pintelho;
púbico;
público;
púdico e  escuro...
minha imperfeição perfeita.
Comme d’habitude (são assim os gostos, e nós a eles  obrigados)
Única matéria-prima onde gosto e cheiro se fundem,
se fodem numa espécie de visão divina:
e eu aqui tão petit, tão contente de mim, tão cheio de tudo e de nada...
nu, nuzinho, nuzérrimo, quase ridículo não fora ser tudo isto ser a verdade.
Como chuva em tarde ou noite estival
onde o que resta ou interessa é o incontornável cheiro...
Vós sábios, nem que seja através
d'um lugar-comum
(je vous en prie)
libertem-me
por meio duma nomeação
dum mágico vocábulo
exacto.

Sem comentários:

Enviar um comentário