quinta-feira, 18 de setembro de 2014
I Hope You Enjoy Your Edens Garden
Certo? Nem me parece, nem me apetece. Já vai sendo tempo de calar, modesta mas não subserviente «o que é», (o que já cá estava e nos há-de sobreviver). Fraquezas gerais, ainda que mal distribuídas, resquícios, longuínquas memórias do momento que pela sua intensidade e não cabendo em indivíduos, resultou em tribo, espécie, em cada ramo do futuro, adjectivo ou substantivo. No fundo é a nossa aventura, a história que nos restou, o enredo a que nos condenamos. Uma brincadeira sem graça, um bocejo de deuses infantis e aborrecidos. Fatalmente correremos o mundo de ordem de despejo em ordem de despejo, vomitados à rua expulsos porque nos aterra a quadrícula de uma janela penal, a distância medida a passos e memórias que nos atormentam as noites. Uma penitenciária não foi construida para almas sensíveis, e nos catres camilianos, embora insalúbres, sempre se traficou a libra de ouro e nunca se prestou grande importância ao vento, origem de tosses e sombras. Nem a palha, enxerga mijada, exagero romântico é o verdadeiro cemitério novecentista. Graças a Deus e à nossa sempre oportuna amnésia, os perigos habitam as pedras e não os seres. Correntes de ar, passos arrastados, vidas fétidas... mas isso é o narrador a falar.