quarta-feira, 27 de julho de 2011

Vasco Graça Moura, Pavese, Vailland e eu mesmo




Nunca imaginei a morte de Pavese. Talvez porque  nunca me libertei da sua vida, ou melhor, dos seus fragmentos. A atestá-lo, o facto tão improvável de ter sido o  "Ofício de Viver" um dos raríssimos livros a ter sobrevivido fisicamente a tantos naufrágios...
São menos de 400 páginas e 15 anos de uma voz assim (escrita). Curioso o facto de Pavese ter aderido ao PC no ano em que se suicidou. A questão lá está ( e o Vailland do "Um Homem Só" já nos tinha alertado e só não pensou ou sentiu isso quem não quer saber ou não é dado a assombrações. De resto também ele nos tinha dado (escrito) o conceito de "homem de qualidade". A despropósito: traduziu-se "Un Jeune homme seul" por "Um Homem Só"; enormíssima dificuldade que também eu não saberia resolver...
Voltando ao "Ofício de Viver", que para mim é o que acima mostro (da Portugália), com aquela tão acertada capa, continuará a acompanhar-me tão cheio de notas, de sublinhados e de marcas, que um dia se tornará ilegível ou será, enfim, pousado numa mesa de cabeceira num qualquer quarto de aluguer