sexta-feira, 31 de agosto de 2018
Lovely thinghs allways give us great pains
Lovely things, I thought much about you in childhood.
Before I had you I wanted you dearly
For you are so beautiful and have all my love.
Oh! How beautiful you are and perfectly shaped,
How clean you are and well kept,
I marvel you shine with such brightness . . .
I would never have thought you could cause me so much pain.
Poema escrito por um jovem ugandês, dirigido ou inspirado pelos seus sapatos, nos anos 50, in ‘‘A Uganda Secondary School as a Field of Cultural Change’’, de F. Musgrove, citado em "Subject to Colonialism; African Self-Fashioning and the Colonial Library", de Gaurav Desai (Duke University Press, 2001)
domingo, 29 de julho de 2018
29 de Julho de 1959
Nem sei porque exibo a manifestação de perpetuação de algo que talvez fosse melhor deixar continuar a dissolver-se no tempo. Coisas assim, destas, tendem a perder materialidade, nem sequer se perpetuando na memória, mas somente em raras e acidentais evocações. Talvez o que me faça abrandar o passo sem ao menos me deter nesta travessia dos dias, seja o pequeno fascínio que experimento ao observar este tipo de canibalismo mnémico, em que a evocação do "outro" (negativa ou positiva) tem como única lógica ontológica é um espécie de auto-justificação. "Sou na medida em que o outro foi". O paradoxo consiste em que o que se pretendia ser um resgate da morte (a ressurreição através da evocação) torna-se de facto, na morte definitiva, (a espécie de homicídio através da expropriação da identidade). Quando o outro passa de entidade própria e autónoma a mera personagem ou testemunho da nossa própria existência... por meio de uma fotografia esbatida, de uma "história" evocada.
Só melancólico, constato: seriam 59 mocas!
Só melancólico, constato: seriam 59 mocas!
segunda-feira, 4 de junho de 2018
Homenagem ao Carteiro
Os CTT passaram a ser, desde Setembro de 1994, uma empresa 100% privada. A conclusão da segunda fase da privatização da empresa, com a venda dos 31,5% que a Parpública ainda detinha, rendeu 343 milhões de euros aos cofres do Estado. Se somados aos valores arrecadados na primeira fase, o encaixe financeiro final ascendeu a 909,2 milhões de euros. Contas feitas, o montante das receitas com as privatizações feitas desde 2011 já totalizam os 6,7 mil milhões. Mas não irá ficar por aqui: estão por apurar os custos da operação, bem como concluir a investigação sobre eventuais irregularidades operacionais.
Respondendo a crescentes rumores sugerindo falta de transparência em todo o processo, havendo até acusações de alegada destruição de documentos bem como ao silenciamento de testemunhos que suportariam tais alegações, a nova Administração da empresa emitiu um comunicado onde reitera a sua plena confiança na auditoria entretanto feita após a qual apenas "recorrendo a um microscópio" seria possível calar os "mal-intencionados elementos que, sustentando teorias conspirativas" repetidamente dão crédito a alegadas fugas de informação", concluindo ser "a vocação e o objectivo da empresa, melhorar os actualmente calamitosos serviços postais, com especial atenção à área da logística física", rematando com "o desejo de olhar o futuro".
No final da leitura da comunicação, disse o Dr. M, em jeito de desabafo, "estar já cansado de enredos de má ficção científica" e ser chegada a hora de "deixar de lado histórias de discos voadores para, com os pés no chão, alcançar a excelência na prestação dos nossos serviços", acrescentando "é e será sempre a nossa principal preocupação, prestar com exemplar empenho e eficiência aquilo que, apesar de em mãos privadas, ser um serviço de utilidade pública." "Esta empresa, com o empenho e competência do conjunto dos seus trabalhadores (a começar nos seus dirigentes) saberá estar à altura da enorme responsabilidade que este desafio representa", concluiu.
segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
...mas afinal do que é que nos queixamos?
Nem de propósito a origem etimológica (ramo grego) da palavra "felicidade" é PHYO “produzir” (conot. “fecundo, produtivo”). Já se sente a má-consciência justificativa do Hommo Faber. Provavelmente teríamos de retroceder até à "invenção" da agricultura e da pecuária, por um lado e, por outro, à da linguagem e em que a para chegarmos ao momento em que o Homem se perde a si próprio. É nessa autêntica revolução ontológica em que o ser humano passando da constatação à interrogação, aciona um mecanismo de auto-destruição, imparável. É nesse momento que o Homem, como o entendemos hoje, (como somos) nasce verdadeiramente. A Gestação (o período em que existimos mas ainda não somos)fica-nos a inacessível memória que perdurará em nós como Inconsciente Colectivo, cerrada e intransponível floresta, donde expulsos traremos os sonhos, perecíveis e contamináveis pela História) mas sobretudo os mitos. A terra não nos fornece paisagem equivalentes ao Paraíso (incompleto)
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