domingo, 13 de setembro de 2020



Ao contrário dos anglófonos (anglofalantes), americanos, são os portugueses (mais do que os brasileiros e muitíssimo mais que os luso-africanos) avessos ao uso do NEOLOGISMO. Quase fundamentalistas na sua postura militante, ou até zelotas1 na forma de sentirem a Língua como território sagrado, cujo uso deverá ser feito na maior das passividades. "Atenção", avisam-nos... é permitido tocar mas não mexer.

 
É não entender que uma Língua é uma convenção, líquida e não cristalizada. (Ela) é a forma como vemos2 a realidade. Face à inevitabilidade (à sua própria natureza) de constantes mudanças, de realidades novas, resta-nos recorrer a palavras existentes ou criar novas palavras. A primeira opção conduz-nos à sobrecarga de significados (sentimentos) numa única e mesma palavra. Se é certo que algumas delas estão "condenadas" a carregar semelhante fardo3 a criação4 de neologismos parece-me a forma óbvia de responder a uma real necessidade.
 
A importância desta questão leva-nos ao que se poderia chamar o Uso Responsável de uma Língua.
 
Quais os atributos desejáveis para participar assim numa Língua?

(Continua...)




1   Zelota ou zelote (do grego antigo ζηλωτής, transl. zelotés, "imitador", "admirador zeloso" ou "seguidor"), em hebraico קנאי, kanai (frequentemente usado na forma plural, קנאים, kana'im) significa literalmente alguém que zela pelo nome de Deus.

2   Ou percepcionamos

3   Liberdade, Amor ... A objecção de que todo e qualquer vocábulo é plural ( matematicamente, a soma dos participantes efectivos de uma conversa + 1) não só nos desvia para a linguísca, como para a Lógica (donde a Filosofia). Portanto,para aquilo que me proponho falar, é irrelevante.

4   Realce para criação, em vez de invenção.


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