segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Pragmatismo...
Pragmatismo assim: a frio. Quem foi que pensou primeiro e disse depois que «com coisas sérias não se brinca?». Alma arrepiante com quem evitaria estar a sós em sítio esconso, perante quem certamente aceleraria o passo numa rua deserta e húmida de Praga, Amadora ou qualquer cidade que são enganações de noite, povoadas de medos e mentiras, de passos apressados e frases sussurradas ou, pior, gritadas. Revoltas breves, como breves as raivas, húmidas e fumegantes. Dentro em pouco não restará vestígio, como se tudo não tivesse passado de breve e espasmódica alucinação.
«Alice, leva-me daqui»... Se as sombras fugazes soubessem letras e até essa imensa geografia de oceanos, montanhas e desertos salvadores não lhes estivesssem definitiva e irremediavelmente negados. Nessa outra história, ficada por contar, os cegos a quem falta a voz, certamente mereceriam (à custa de mortes, sacrifícios e abnegadas redenções em alternantes filas de hipermercado bem como de kafkianos passeios em - não adianta agora estar a fazer tardios aggiornamentos ainda que apenas estéticos e tardios - corredores de catedrais, que lá por serem de consumo não é por isso que lhes há-de faltarfaltará magestade nem transcendência ) encontrar a chave que tudo abre e a todos salva.
Literariamente, como agora é norma e ninguém parece reparar, as recentes exumações dum psicologismo totalitário, os escreventes recusam a separação entre pobreza da miséria