quarta-feira, 22 de julho de 2015

Laerte (Não é o tacão que atrapalha a revolução)







   O Laerte entrou na minha vida pelas calóricas páginas da «Chiclete com Banana», ainda oitentas,  mas, com toda a certeza, já não até ao fatídico 1995 (ano das exéquias brasileiras). Já não sei: por cá desapareceu mais cedo... este Atlântico afoga que se farta e portugal continua um impenitente praticante do Coitus Interruptus).

   Depois disso pouco, pouquíssimo, histórias de quinhentos trocados, desaparecidos, ausentes de todo. O interesse manteve-se no universo intranquilo, inteligente das suas «tiras» e, felizmente, nada perturbado, pelo que agora se tornou visível e inafundável (caprichoso Atlântico). Continuando no circunstancial, não posso deixar de me divertir ao cumprimentar um improvável Laerte, chegado por via de uma pesquisa sobre a sua empenhadíssima participação (tão a sério que às obras se juntou a doutrina: « personagem João Ferrador para a publicação do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Mais tarde viria a fundar a Oboré, agência especializada em produzir material de comunicação para os sindicatos. A editora publicou seu livro Ilustração sindical (1986), com mil ilustrações, quadrinhos e caricaturas liberados para utilização por sindicatos e outras entidades») no universo do sindicalismo nos tempos da ditadura e do dirigente sindical metalúrgico Lula da Silva (aqui nomeado mais pela defesa das desempoeiradas e bem dispostas ferramentas de Laertes e tutti quanti, do que pelo facto de, mais tarde, se vir a tornar o improvável Presidente da República do Brasil.


   Sendo por natureza avesso aos infantilizantes dó-ré-mis taquicárdicos do «Música no Coração», às lágrimas envergonhadas e adolescentes no «ET» e a involuntárias peles de galinha entregues pelo «Carteiro de Pablo Neruda» e projectadas no «Cinema Paraíso» (e falo de filmes e não de actores, se bem que uma «coisa» se não frígida, certamente causadora de muito impotente sem direito a indemenização nem a respeito público, chamada Julie Andrews, um boneco de borracha cujo lugar seria numa sex shop, dessas fantásticas urbes da actual China capital-socialista que fotograficamente sei existirem, um (ainda que enorme) Philippe Noiret não tenha hipótese...), não sou de pedra (a não ser, quem sabe, no rim...)

   Por isto e pelo mais que timidamente me custa a confessar: «Maldita sejas, bendita Madame Laerte».





P.S. - Prezado, ausente e previsível Sr. Arménio: vá lá, dê uma espreitadela       http://www.agenciasindical.com.br/mapa.php  , vai ver que não dói nada e roubar «assim», já foi defendido e prticado pelo Camarada Pablo Ruiz...