quarta-feira, 29 de julho de 2015

De costas para o deserto





quarta-feira, 22 de julho de 2015

Paulo Leminski




Amar você é
coisa de minutos…

Amar você é coisa de minutos
A morte é menos que teu beijo
Tão bom ser teu que sou
Eu a teus pés derramado
Pouco resta do que fui
De ti depende ser bom ou ruim
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai serei teu irmão
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todos
Vais ter nojo de eu ser isso
E estarei a teu serviço
Enquanto durar meu corpo
Enquanto me correr nas veias
O rio vermelho que se inflama
Ao ver teu rosto feito tocha
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim, eu estarei aqui

Laerte (Não é o tacão que atrapalha a revolução)







   O Laerte entrou na minha vida pelas calóricas páginas da «Chiclete com Banana», ainda oitentas,  mas, com toda a certeza, já não até ao fatídico 1995 (ano das exéquias brasileiras). Já não sei: por cá desapareceu mais cedo... este Atlântico afoga que se farta e portugal continua um impenitente praticante do Coitus Interruptus).

   Depois disso pouco, pouquíssimo, histórias de quinhentos trocados, desaparecidos, ausentes de todo. O interesse manteve-se no universo intranquilo, inteligente das suas «tiras» e, felizmente, nada perturbado, pelo que agora se tornou visível e inafundável (caprichoso Atlântico). Continuando no circunstancial, não posso deixar de me divertir ao cumprimentar um improvável Laerte, chegado por via de uma pesquisa sobre a sua empenhadíssima participação (tão a sério que às obras se juntou a doutrina: « personagem João Ferrador para a publicação do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Mais tarde viria a fundar a Oboré, agência especializada em produzir material de comunicação para os sindicatos. A editora publicou seu livro Ilustração sindical (1986), com mil ilustrações, quadrinhos e caricaturas liberados para utilização por sindicatos e outras entidades») no universo do sindicalismo nos tempos da ditadura e do dirigente sindical metalúrgico Lula da Silva (aqui nomeado mais pela defesa das desempoeiradas e bem dispostas ferramentas de Laertes e tutti quanti, do que pelo facto de, mais tarde, se vir a tornar o improvável Presidente da República do Brasil.


   Sendo por natureza avesso aos infantilizantes dó-ré-mis taquicárdicos do «Música no Coração», às lágrimas envergonhadas e adolescentes no «ET» e a involuntárias peles de galinha entregues pelo «Carteiro de Pablo Neruda» e projectadas no «Cinema Paraíso» (e falo de filmes e não de actores, se bem que uma «coisa» se não frígida, certamente causadora de muito impotente sem direito a indemenização nem a respeito público, chamada Julie Andrews, um boneco de borracha cujo lugar seria numa sex shop, dessas fantásticas urbes da actual China capital-socialista que fotograficamente sei existirem, um (ainda que enorme) Philippe Noiret não tenha hipótese...), não sou de pedra (a não ser, quem sabe, no rim...)

   Por isto e pelo mais que timidamente me custa a confessar: «Maldita sejas, bendita Madame Laerte».





P.S. - Prezado, ausente e previsível Sr. Arménio: vá lá, dê uma espreitadela       http://www.agenciasindical.com.br/mapa.php  , vai ver que não dói nada e roubar «assim», já foi defendido e prticado pelo Camarada Pablo Ruiz...

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Mistérios



 

Ou «enigmas que não apetece decifrar». Não fazendo ideia do que se trata  e sentindo que está bem assim e muito conforme às latitudes por onde me tenho aventurado, assim deixo o que me surgiu, limitando-me com rigor ao que  autoralmente devo...  um (suspeito que entretanto falecido) estúdio catalão (Studio Aparte, Barcelona

sexta-feira, 3 de julho de 2015

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