sexta-feira, 23 de maio de 2014

Yann Tiersen





quinta-feira, 22 de maio de 2014

Perplexidades




   O que se sente, o que se pensa, o que se diz sobre um livro que nos mostra (devolve) imagens que, por as termos já sonhado, são nossas? Mais... «somos nós»



       Horatio Ross, Stag in Cart, (ca.1858)

              Henry Peach Robinson, "She Never Told Her Love" (1857)

William Henry Fox Talbot, The Open Door, 1843-44

domingo, 18 de maio de 2014

Domingo solarengo



                                           J. Bosh - O campo tem olhos, a floresta ouvidos - pena e tinta_(cerca de 1505)

   Santo domingo, solar, solitário, povoado de formigas como saudades e ciúmes que me entristecem e agoniam de mim contra mim. De assim ser eu, de não me corrigir, nem, ao contrário, me resignar, aceitando o tempo e o temperamento que me calharam. «Já não mudo», penso às vezes... e que pensamento terrível qualquer um que nos conduza direitinhos à morte, não por ela, mas por suspeitarmos que a «vida» (o tempo que resta) há-de ser uma mera repetição do que foi. Quando assim é, ou estou, evito encontros, embrenho-me mais e mais na floresta, como se cada cara fosse um espelho onde apenas vejo, reflectido, o passado. Esse passado, renegado ou recriado, que tão merdosamente nos persegue como uma sombra. Talvez por isso a inveja que sinto por quem acredita num deus solar de meio-dia, cuja luz vertical, a troco da liberdade sacrificada, nos faça crer numa liberdade total, que é a de não projectarmos qualquer sombra de sombra.

   Imaginamo-nos sempre em marcha triunfal ou decidida rumo a uma glorieta (talhada à medida) cuja nomeação não cabe em palavra solitária (coubesse tanto em vocábulo só), e ao «futuro» colamos adjectivo. Quando assim é, qualquer dúvida ou hesitação convocam gosto de traição, de derrotismo ou pessimismo cultivado com cuidados de hortelão. Eu calo-me, não ignorando ao que se assemelha o silêncio em matérias tais. não ergo a bandeira (que a haver seria negra), tento não marchar, e a farda que não consigo despir são um par de mamilos e umas quantas cicatrizes cujas histórias se perderão, inventariadas no formulário onde se descreve o invólucro do que foi uma vida.

   De volta às marchas, têm a vantagem de projectarem as sombras para trás, libertando-nos a visão de nevoeiros ou problemas oftálmológicos que muito atrapalham existências. Queda ou tropeção e projectam-se as ditas sombras diante de nós... mas issso é assunto para outro post.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Fingerstyle



domingo, 4 de maio de 2014

Trenet







Ce sont des intellectuels
Qui vivent entre terre et ciel
Ils ont le don providentiel
De la pensée

Ils voyagent dans de vieux bouquins
Qui datent du temps de Charles Quint
Ornés des couleurs d'Arlequin
Chose insensée

Ils connaissent tout de l'Univers
De son endroit de son envers
Changeant en un grand palimpseste
La voûte céleste

Ils collectionnent les papyrus
Qu'ils lisent parfois dans l'autobus
Quand ils vont au marché aux puces
Acheter de l'emprunt russe

Ce sont des intellectuels
Qui se retrouvent dans des chapelles
Que se disent-ils que se disent-elles
Des choses profondes

En discutant ils se méfient
De toutes les grandes philosophies
Aucune vraiment ne leur suffit
Âmes vagabondes

Arrive la confusion des langues
L'évocation du big big bang
Alors tout tourne danse et tangue
En fin du monde

Le soir au fond de leur maison
Sans trop savoir en quelle saison
Tout en buvant une tisane
Ils pensent qu'ils sont des ânes

Ce sont des intellectuels
Y en a partout en ribambelles
Des vrais des faux en parallèles
Quel beau mélange

Mais dès que l'on monte dans leur barque
Ce sont les faux que l'on remarque
Déguisés parfois en énarques
Pour donner le change

Et moi souvent je les confonds
Mais que m'importent ces profonds
Trop d'intellect ça me morfond
Alors des ailes

Me soulèvent dans une chanson
Qui rêve à ma petite façon
Et plane pour vous loin des leçons
Des intellectuels
Des intellectuels
Des intellec tu tu els els oui oui