segunda-feira, 15 de agosto de 2011



When you're weary
Feeling small
When tears are in your eyes
I will dry them all

I'm on your side
When times get rough
And friends just can't be found
Like a bridge over troubled water
I will lay me down
Like a bridge over troubled water
I will lay me down

When you're down and out
When you're on the street
When evening falls so hard
I will comfort you
I'll take your part
When darkness comes
And pain is all around
Like a bridge over troubled water
I will lay me down
Like a bridge over troubled water
I will lay me down

Sail on Silver Girl,
Sail on by
Your time has come to shine
All your dreams are on their way

See how they shine
If you need a friend
I'm sailing right behind
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Carlos de Oliveira




(...) 12) Diálogo entre personagens de romance:
        - Só o osso, o que em nós é duro, resistente, dá algum sentido (muito relativo) a palavras como eternidade, alma, tempo. Não há outra metafísica possível senão essa. Acredita. A do osso, a do cálcio. Embora me acuses de utilizar termos pouco nobres ao expô-la. Mas porquê? A D. Nobreza, a D. Linguagem com soutiens de lata, é que trama tudo.
        - Se não sabes nadar, porque te atiras à água ?
        - Porque nado doutra maneira. Porque me estou bugiando para as bóias e os nadadores convencionais. Porque em última análise não nascemos para nadar. Aí tens.  Nascemos para ir ao fundo. Eu explico-te melhor a minha teoria. Osso, cálcio. A palavra cálcio subdivide-se noutras duas: cal e cio. Pode não ser uma descoberta importante mas aposto que não tinhas reparado nisso. O mineral e o animal ao mesmo tempo. Quando o cio, o tutano, o animal, se decompõe e desaparece, fica o mineral, a nossa durabilidade extrema, a nossa resistência ao tempo. Só ele faz pensar um pouco na eternidade, vista do ângulo que te interessa.
        - Interessar-me uma aproximação duvidosa e inerte (repara bem, inerte) da eternidade? A mim? Estás enganado. O osso, bolas para o osso, não tem consciência.
        - De facto não tem. Mas que diabo há em ti de mais duradoiro, mais eterno, do que ele? A tua alma ou é esse resíduo de pedra ou não é nada.

excerto de "Almanaque Literário", in "O Aprendiz de Feiticeiro"