« Nem pretensioso nem cosmopolita... Restou-me, portanto, umíssima amável intenção de não ser insultuoso. Aí vai: "Em complemento dos bichinhos, achamo-nos no tempo e no espaço. Ou seja, que não só "somos", como "vando sendo". Assim... continuadamente e sem pausas.
... Como vês evito as cócoras em ordem a ser compreendido, e tento ser gracioso recorrendo ao velhíssimo truque dos ventriloquo. Ilusionismo não é magia, mas também não é desvio de menores (tentado ou praticado).»
Concluindo, sei o que é aldeanar (o Montijo talvez não tenha a grandeza de uma nação, mas é certamente uma maneira de estar na vida). Possui as facilidades de uma urbe dos nossos tempos (estabelecimento Prisional, um sobredimensionado Cais e, não ao longe mas à vista, uma Base Aérea). Eis senhores o que o Montijo é em termos físicos. O resto (como disse uma vez e continuei sempre) são silêncios e sussurros. Como qualquer pântano ou terra resgatada (os terrenos da Expo 98 foram apenas uma excepção nada portuguesa) ainda hoje são identificáveis, o salitre e o mofo, e nos nomes e olhares dos locais perdura a memória da malária.
É minha crença que o que terá sido episódico se foi tornando marca identitária ou, perdoe_se-me o palavrório, idiossincrassia. Por outras palavras, o que começou por ser acidental passou agora a conceito (retomo o, tão português (1) uso distintivo. Pois, não me perdi !), complementar do "ser" e do (ir) "sendo"
O trio composto pel'a Suinicultora, a Barbie e a Funâmbula foram as minhas experiências (ou viagens) nas paisagens, nos costumes, na língua e no olhar e sentir aldeanos. Foi (d)isso que n\ao quis falar, mas não pude ou conseguui esquecer.
Se é da natureza do blog ser uma terra de ninguém e de todos, território entalado entre o público e o privado e, sendo propósito do seu autor afinar intenções (que poderão ir do pedagógico ao egocêntrico mais ou menos disfarçado), não poderia pretendir travestir uma mágoa (pessoal, pequena, mesquinha) em outra qualidade de coisa. Resta-me saber que, por vezes, é no particular que se adivinha o universal.
Se o Silêncio pretendeu ser uma declaração de desdém, e contínuo selectivo (raio de nome !), a Memória triunfou. Como sempre, aliás